ESTA PÁGINA CONTÉM TRÊS ENTREVISTAS COM FRANK CASCIO


Se alguém é acusado de um crime e no local do suposto crime só havia mais uma pessoa além do acusador e do acusado, então esta é a testemunha mais importante.

No julgamento de Michael Jackson, este homem era Frank Tyson (ou Frank Cascio) mas, por uma manobra hábil da promotoria que o incluiu na acusação, Tyson não pôde testemunhar. 

O que ele diria? É o que você vai ler agora. O júri não o ouviu, mas você o ouvirá no dia em que comemoramos um ano de nossa vitória contra os verdadeiros criminosos que, em Santa Barbara, disfarçam-se com a máscara da Justiça. 13 de junho: uma data para a história.

Primetime Live* (programa de televisão norte-americano) em 02 de Junho de 2005

Narrador: Ele cresceu com Michael Jackson. Dormiu em seu quarto em Neverland dezenas de vezes. Ele até conhece o acusador. O júri nunca ouviu sobre Frank Tyson, mas você ouvirá. Essa noite, o misterioso homem que é um dos melhores amigos de Jackson. Então, um de seus amigos e confidentes mais próximos. Agora, quebra seu silêncio pela primeira vez sobre o acusador de Jackson. Agora com Cynthia McFadden. 

McFadden: Agora, retornamos ao julgamento de Michael Jackson, que está chegando ao fim. Você reconhece Jackson, é claro, aqui em tempos mais calmos. A outra face neste quadro provavelmente é desconhecida para você. Mas Frank Tyson é considerado um dos amigos mais próximos de Jackson. 

Conheceram-se quando Tyson tinha apenas 5 anos de idade. E ele já admitiu publicamente ter dormido na cama de Jackson. Por mais de duas décadas, Frank Tyson nunca falou publicamente sobre o relacionamento, até agora, apesar de inúmeras ofertas financeiras. 

Entrevista:

McFadden: Ele ficou ao lado de Michael Jackson por 20 anos. Sua lealdade nunca esteve em questão. Sua dedicação, total. Ele é o homem que a promotoria chama de perigoso, e a quem Michael Jackson chama de amigo.

Hoje, nos argumentos finais, os promotores chamaram Frank Tyson de "associado próximo" de Michael Jackson. Um homem que eles dizem usar cruéis táticas para ajudar Jackson a encobrir sua relação com o garoto de 13 anos com câncer. Você está no centro dessas acusações contra Michael Jackson. 

Tyson: Eles dizem. 

McFadden: De acordo com os promotores, Tyson estava disposto a ir tão longe por seu amigo, Michael Jackson, que ele, segundo a acusação, conspirou no sequestro do acusador e sua família, prendeu-os em Neverland, e levou-os para o Brasil. Promotores alegaram que Tyson estava tão desesperado em manter a família quieta que ele, literalmente, ameaçou matá-los. O indicamento alega que entre fevereiro e março de 2003, você acusou o garoto dizendo a ele, citação, "Eu poderia ter matado a sua mãe," termina citação. 

Tyson: Não, Cynthia. Eu nunca diria isso. Não sou eu. E é por isso que é tão frustrante para mim assistir isso todo dia. "Frank Tyson ameaçou matar sua família." "Frank Tyson queria que sua família desaparecece". Por acaso eu sou o Frank Tyson de Jersey dos Sopranos? Cara, é loucura. Eu não sou essa pessoa. 

McFadden: Mas Tyson é uma pessoa em uma posição para conhecer bem Michael Jackson. No auge da fama de Michael Jackson quando Thriller era o disco mais vendido no mundo, Frank Tyson, um garotinho de classe média de Nova Jersey, pisou em sua própria Neverland. Ele tinha apenas 5 anos de idade quando seu pai, que trabalhava com VIPs em seu hotel em Nova York, levou-o para conhecer Michael Jackson. 

Tyson: Meu pai disse, "nós vamos conhecer Michael Jackson." E eu tipo, "Okay. Quem é Michael Jackson?" 

McFadden: Michael Jackson começou a ligar para o pai de Tyson. E não muito tempo depois, Jackson e o jovem já eram amigos. Na verdade, de certa forma, sua família se tornou a família dele? 

Tyson: De certa forma, sim. De muitas formas. 

McFadden: A exuberante família italiana de Tyson acolheu o superastro, incluindo-o em todo Natal e Ação de Graças dos últimos 12 anos. Jackson até chama a avó de Tyson de "vó". Ele ia pra sua casa e ficava lá. 

Tyson: Sim, ele ficava. 

McFadden: E como era? 

Tyson: Era divertido, ele nos visitava sempre que vinha à Nova York, quando éramos crianças. Ele costumava chegar 10:30 ou 11:00 da noite. Uma batida na porta e, de repente, ele aparecia e surpreendia minha família. 

McFadden: Depois de um tempo, Frank e sua família começaram a viajar para ver Jackson em Neverland. E como outros garotos antes e depois, algumas vezes dormiu na cama de Jackson. Então como aconteceu a primeira vez em que você passou a noite no quarto dele? O que aconteceu? 

Tyson: O que aconteceu? Você quer realmente saber? 

McFadden: Sim. 

Tyson: Meu irmão e eu dormimos na cama. Ele ficou no chão. Foi o que aconteceu. 

McFadden: E os seus pais nunca se preocuparam sobre você passar a noite? 

Tyson: Nunca. Não havia razão para se preocupar. Não havia nada. Era como dormir com seu colega de faculdade. 

McFadden: Mas se esses eram dias inocentes, eles se perderiam logo em uma onda de alegações contra Jackson. Em 1993, o cantor foi acusado de molestar um garoto de 13 anos. Jackson procurou apoio em Tyson, de 14 anos, e em sua família. Voando com eles pelo mundo todo enquanto continuava sua turnê. Eles saíram várias vezes em público com Jackson, vistos aqui em fantasias. As acusações de 1993 foram encerradas com um acordo de 20 milhões de dólares. Foi na mesma época que Jackson admitiu ser viciado em analgésicos. Eu fico pensando, pelo que você sabe, desde que nós sabemos que Michael Jackson teve problemas com drogas… um vício em analgésicos… até que ponto isto afetaria ou não se o comportamento dele era apropriado com crianças ou não. 

Tyson: Não. Eu já vi Michael em diferentes estados. E até mesmo quando ele estava nestes estados, Cynthia, ele jamais me deu pista alguma de ser interessado em garotos, ou de atração sexual em garotos. É completamente o oposto. 

McFadden: Até mesmo sob influência de narcóticos? 

Tyson: Até mesmo sob efeito destes. Ele não é assim Cynthia, isso é nojento. Ele não é um pedófilo.
Quando continuarmos, o que Tyson disse que realmente aconteceu naquela noite. O acusador dormiu em Neverland no quarto de Michael Jackson. E quem encontrou a pornografia na internet. Ele estava lá. Quando Primetime voltar.

McFadden: Vamos focar agora não na gritaria do público, não no superstar com sua máscara, mas neste homem que está perto dele. Estando do lado dele durante praticamente toda a sua vida. Como você irá ouvir, Frank Tyson é um contínuo “tapa buracos” (que é como a acusação chama) ou ele está dizendo uma verdade poderosa. Enquanto nós sentamos aqui hoje, Michael Jackson está sendo acusado por múltiplas acusações de abuso sexual contra menores. Você conhece o acusador? 

Tyson: Sim, eu o conheço. 

McFadden: Me conte sobre ele. 

Tyson: Ele era da rua, esta criança. 

McFadden: Foi em Neverland que Frank Tyson conheceu o garoto que acusa Jackson de tê-lo molestado. Tyson iria ver o garoto e a mãe dele muitas vezes.

Tyson: Ele não é um menino tímido. Ele é durão. Se alguém dá um empurrão nele, ele será o primeiro a revidar. Ele seria o primeiro a empurrar Michael e dizer: “para o inferno, eu não vou fazer isso”. 

McFadden: Os acusadores alegam que Michael molestou o menino, então com 13 anos, relaxando ele com vinho, que seria chamado de Jesus Juice. Mas Tyson diz que a primeira vez que o acusador e seu irmão mais novo dormiram no quarto de Michael Jackson, foi, na verdade, idéia dos garotos. 

Tyson: Eles vieram até Michael: “Michael, nós podemos ficar no seu quarto? Michael, por favor, nós podemos ficar no seu quarto?”. E Michael me puxou de lado e falou: “Frank, se eles ficarem nesse quarto, você estará ficando nesse quarto também”. E você sabe o que? Eu realmente fiquei no mesmo quarto e as duas crianças dormiram na cama. Michael estava neste lado do chão, e eu estava no outro lado. 

McFadden: Mas veja Frank, isto é o que não faz sentido para nós que olhamos de fora. É uma mansão, inúmeros quartos, quartos para todo mundo. Por que vocês dormiram no chão, e por que as crianças estão dormindo na cama? Isto não te parece esquisito? 

Tyson: Não. É como se você fosse dormir na casa dos seus amigos, todos em um quarto, vendo filmes, estas coisas. 

McFadden: Mas nesta vez, um dos amigos era um homem de 44 anos de idade que é um superstar, e um menino de 13 anos. O qual, juntamente com seu irmão, alega que Tyson mostrou a eles naquela noite pornografia na internet. Tyson diz que isto é uma mentira. Ele diz que ele e Jackson estavam fora do quarto quando os garotos encontraram os sites pornográficos. 

Tyson: A primeira coisa: “Frank, Michael, olha o que encontramos!” 

McFadden: Eles acharam os sites pornográficos? 

Tyson: Eles encontraram os sites. De fato, Michael me puxou de lado e disse: “Frank, eles não podem fazer isso. Não comigo neste quarto. Eu não quero esta coisa sobrando para mim”. 

McFadden: Então, o que aconteceu? 

Tyson: Então nós tiramos os sites. 

McFadden: As alegações são que Michael Jackson bebe vinho em latas de Coca-Cola e que deu tanto vinho quanto licor às crianças. Você estava presente quando Michael Jackson deu álcool ao acusador ou ao seu irmão? 

Tyson: Michael Jackson nunca deu ou forçou ninguém a beber álcool. Ele jamais faria isto. 

McFadden: Então este retrato que foi pintado acerca do que acontece no quarto de Michael Jackson, onde ele traz jovens garotos e os apresenta pornografia, às vezes os molesta e os oferece bebida é… 

Tyson: Completamente falso. Completamente falso. 

McFadden: Você foi a um banco e descontou um milhão de dólares de Michael Jackson. Sugeriu-se que aquela quantia era seu pagamento. 

Tyson: Eu gostaria que fosse. No banco. Você pode checar minhas contas. Não, não há pagamento de um milhão de dólares para Frank Tyson. 

McFadden: Tyson diz que apenas estava descontando um milhão de dólares em dinheiro para Jackson, e que deu todo o dinheiro de volta a Jackson, não ficando com nada para si. Então, vamos ser bem claros. Você alguma vez manteve o acusador ou sua família como reféns em Neverland

Tyson: Cynthia, não. Não havia coisa alguma mantendo a família como refém ou qualquer conspiração. Isto é coisa que o promotor e esta mãe criaram. Nós não mantivemos esta família refém. 

McFadden: A mãe do acusador disse que você planejou colocá-la num balão de ar quente junto com sua família. [Frank ri]. Isto te faz rir? 

Tyson: Isto me faz rir, porque, quem colocaria alguém num balão de ar quente e o faria desaparecer? Ela poderia ter vindo com uma melhor que esta. 

McFadden: E de onde vieram essas alegações? 

Tyson: Eu realmente acredito, Cynthia, que de uma mãe desiludida. Eu acredito que estas mentiras se transformaram em sua verdade. Esta é uma família e uma mãe fariam qualquer coisa para conseguir algum tipo de fama, mesmo que desta forma. 

McFadden: E o que pensa Frank Tyson sobre todos os jovens garotos que se disseram abusados durante os anos por Jackson? Todos os garotos estão mentindo? 

Tyson: Sim, estão todos mentindo. 

McFadden: Nunca lhe pareceu incomum que Michael Jackson sempre pareceu ter um garoto especial que foi seu amigo, quase sempre com a mesma idade, entre 12 e 14 anos de idade, muitos deles se parecem muito. Olhos escuros, cabelos escuros. Nunca lhe ocorreu que havia um padrão aí? 

Tyson: Não, não há um padrão. Isto que vocês estão tentando criar não é real. Não há um padrão para ele. Como garotos especiais. Não, eu fui seu amigo por 20 anos. Eu estou no padrão, também? Não, eu não estou – eu continuo sendo amigo dele? Sim. 

McFadden: Bom, certamente haveria pessoas que diriam que você se encaixa no padrão, bastante. 

Tyson: Eu me encaixaria no padrão? 

McFadden: Olhe as fotos do acusador de 1993. Olhe as fotos do presente acusador. 

Tyson: Eu vou te dizer uma coisa. Se Michael Jackson tivesse encostado um dedo em mim, eu não estaria sentado nesta cadeira agora. 

McFadden: E o irmãozinho de 14 anos de Frank Tyson que Jackson alegadamente chama de Baby Rubba? Tyson diz que também não vê nada errado dele dormindo no quarto de Michael Jackson. Você quer dizer ao seu irmãozinho, “Sabe de uma coisa? Não é uma boa idéia?” 

Tyson: Não, se eu me sentisse desconfortável com isto, você não sabe que eu seria o primeiro a parar isto? 

McFadden: Hoje Frank Tyson está envolvido na indústria da música. Está produzindo atualmente um concerto tributo à Patti Labelle. Ele diz que aprendeu muito com Michael Jackson, mas quer fazer uma carreira a sua maneira. Diz que muitas vidas têm sido destruídas por este caso. Preocupa-se agora sobre o destino do homem que ele admira desde que tinha 5 anos de idade. 

Tyson: Não é para estar preocupado? É uma coisa assustadora. Isto é sério. A vida dele está em jogo. Ele tem três crianças lindas em casa. Seus filhos o adoram. Eu temo que alguma coisa aconteça a ele.

McFadden: Frank Tyson diz que ele e sua família mantêm contato próximo com Jackson durante o julgamento. O caso é esperado a ir a júri nos próximos dias.

Entrevista 02


Uma entrevista de Frank Cascio a Valmai Owens e Lauren

Valmai: Frank, eu realmente gostaria de falar sobre seu livro. Gostaria de saber especificamente se você teve alguma dificuldade em conseguir uma editora interessada, porque, basicamente, é um livro positivo sobre a vida de Michael, mas muitos editores não querem isso, querem a entrada negativa. Ao mencionar a questão das drogas, você acha que alterou a sua decisão?

Frank: Na verdade, não. Eu acho que em primeiro lugar, quando Michael partiu eu não estava pensando em escrever um livro qualquer. Essa foi a última coisa em minha mente. Ele realmente mudou a minha vida, realmente abriu meus olhos. Eu tive uma experiência única, e que poderia ser uma nova perspectiva. Ele mudou minhas prioridades e que eu queria, porque eu percebi vida é muito curta e você não deve tomar todos os dias como garantidos, você nunca sabe.

Quando Michael partiu, foi como perder um pai, por isso, até hoje, parte de mim está faltando. Há tantas vezes eu só queria que pudéssemos conversar, ele sempre parecia tornar as coisas melhores. Se eu estava tendo um dia difícil, ele falava as coisas certas para motivá-lo a conquistar o mundo e eu sinto falta disso.

E há tantas coisas a respeito dele. Apenas conversas informais sobre eventos, família. Ele e eu costumávamos sair para comprar presentes e ele dizia: "Não, não, não, nós devemos levar este casaco para o seu irmão ..." ou "Esta camisa é para o meu primo ..."

Ele foi o maior professor do mundo e um pai tão grande, e não apenas para seus filhos, mas para outras pessoas, de forma indireta. Era como uma grande família. Seus fãs significavam muito para ele. Espero que eles percebam o quanto eles realmente significavam para ele, porque eles lhe davam forças. Os fãs lhe davam motivação e ele nunca queria decepcioná-los; não queria deixar ninguém para baixo.

Valmai: Essa pressão exercida sobre ele foi embora? Será que ele sente que ele tinha que viver de acordo com alguma expectativa?

Frank: Não, a única pressão era a que ele colocava sobre si mesmo. Ele sempre quis superar a si mesmo. Eu me lembro dele me contando histórias. Quando Off the Wall foi um sucesso realmente grande, enorme, ele não estava satisfeito. Ele dizia: "Eu vou fazer o álbum mais vendido de todos os tempos." E ele fez isso ... ele era tão mentalmente forte. Ele estava realmente conectado com Deus, e com o universo.

Lauren: Ele foi sempre assim?

Frank: Ele era um ser humano, mas não me interpretem mal, ele só estava definitivamente tocado por Deus. Ele tinha algo um pouco mais do que a média das pessoas. Sim, ele era um ser humano e ele tinha seus defeitos, mas ele era diferente, ele era quase como um anjo que vivia na Terra.

Ele entrava em uma sala e cativava a todos. Saíamos disfarçados para fazer compras ou para jantar, e ele estava 'embrulhado', ninguém poderia ver seu rosto, mas ele tinha essa aura sobre ele e as pessoas sabiam que era ele. Apenas a sua aura e presença era tão forte e cativante.

Lauren: Alguma vez você sentou-se e disse a si mesmo: "Oh meu Deus, estou sentado com Michael Jackson!!.."?

Frank: É engraçado, porque eu conheci Michael como meu amigo. Eu cresci com ele e ele tinha sido um amigo da família, há anos. Lembro-me de ir a um concerto e eu me virei para meu pai e disse: "É o mesmo que Michael Jackson que vem á nossa casa?" Eu não sabia colocar dois e dois juntos. Eu realmente não o fazia.

Lauren: E mesmo quando você ficou mais velho, isso não acontecia com você?

Frank: Sim e não. Eu fazia piadas: "Essas pessoas não estão aqui para vê-lo; Eles estão aqui para me ver." Mas, eu tenho que dizer, quando ele subia no palco e performava, eu poderia sentar-me lá e assistir todos os dias.

Lauren: E você viu todos os seus shows?

Frank: Eu vi todos os shows. Nas turnês Dangerous e HIStory, toda noite eu sentava do lado do palco e apenas assistia ao show. Às vezes, nós estaríamos sob o palco e ele dizia: "Tudo bem, Frank, eu vou sair desta torradeira agora...(nota do blog: torradeira é a placa que lança Michael em um salto, no palco...) Tudo bem, aproveite o show. Irei vê-lo após o segundo show ", ou ele faria algum comentário:

'Vá dizer à Turkle (Karen Faye - maquiladora) para colocar uma pastilha em sua boca. Eu não quero voltar para lá para que ela me mate com seu hálito ", em tom de brincadeira. Ele amava Karen Faye. Então ele iria sairia e, de repente, ele se transformava neste outro ser. Ela nunca envelhecia, especialmente quando ele interpretava Billie Jean ... era simplesmente incrível!

No momento, essa era a minha normalidade, e minha realidade. Não me interpretem mal, não era um direito adquirido, mas olhando para trás agora, eu fui realmente, verdadeiramente abençoado. Eu gostaria de poder dizer que eu poderia dar isso de volta, para os meus filhos, quando eu os tiver, mas eu realmente acho que jamais será possível.

Eu posso dar aos meus filhos, de volta, as minhas experiências e o que eu aprendi de uma forma diferente, compartilhar uma porção de coisas que Michael me ensinou e os meus filhos serão capazes de experimentá-lo de alguma maneira. Isso nunca vai acontecer novamente, com ninguém.

Lauren: Como foi quando você era muito pequeno e ele iria visitá-los no meio da noite? Eu posso imaginar que ... "Oh, sim, Michael está aqui", e saltar da cama. Seus pais não tinham ideia que estava por vir? Ele simplesmente aparecia?

Frank: Ele fazia disso algo especial, quero dizer, ele era o homem mais famoso do mundo. Ele apenas saía, fazia questão de dirigir 35 a 40 minutos para fora da cidade só para vir dizer 'Olá!' e passar algum tempo com a gente e depois dirigir de volta. Ele não tinha que fazer isso. Ficávamos muito felizes.

Você sabe, eu acho que Deus tem um propósito final. Às vezes, não percebemos ou entendemos por que as pessoas entram e saem de nossas vidas. Nada é para sempre e você tem sorte se você tem uma amizade que dure até um ano. Não foi uma coincidência nosso relacionamento ter durado mais de 25 anos.

Valmai: Você e Michael se ligaram muito rapidamente e tiveram uma conexão como criança/adulto. Por que você acha que foi assim? Porque você acha que essa ligação era tão forte?

Frank: Eu acho que foi por várias coisas. Eu acho que em primeiro lugar que ele amava meus pais. Ele tinha muito respeito pelo meu pai e minha mãe. Ele realmente se conectou com o meu pai, ele viu que tipo de pessoa ele era. Meu pai cuidou dele e ele o tratou com respeito, ele não olhou para ele como uma estrela pop. Eles se tornaram amigos e, em seguida, Michael queria conhecer o resto da família.

Ele se apaixonou por minha mãe. Minha mãe lembrava-lhe de sua mãe, Katherine. Ele dizia "Você não tem ideia, sua mãe é como minha mãe, doce, humilde, carinhosa, atenciosa, doa-se a todos." Qualquer um que venha para nossa casa, qualquer um, minha mãe é a primeira a se certificar de que eles se sintam em casa, que todos estejam alimentados e cuidados. Minha casa é como o hub ... não importa quem seja. É como um hotel, as pessoas vêm para uma xícara de café e a porta está sempre aberta.

Michael e eu tínhamos uma conexão e eu não consigo nem explicar. Às vezes, ele telefonaria aleatoriamente e dizia: "Frank, você está bem?" Eu: "Sim, por quê?" E ele dizia: "Eu senti como se estivesse um pouco para baixo.¨ Ele estava do outro lado do mundo e eu estaria de fato um pouco 'para baixo'. E ele dizia: "Sim, eu sentí. Não se preocupe com isso, tudo vai ficar bem".

Conseguíamos nos comunicar mesmo sem ter de dizer uma palavra; nós apenas olhávamos um para o outro e eu sabia exatamente o que ele estava pensando e ele sabia o que eu estava pensando. Nós nem sequer tínhamos que falar. O que era muito útil em reuniões ... nós olhávamos um para o outro e era algo como: "Tudo bem, eu acho que é hora de ir agora." Estávamos ligados de alguma forma telepaticamente.

Nós íamos às compras e falávamos alguma língua aleatória. Nós entendíamos o que estávamos dizendo, mas não era um idioma, de verdade. Era como Borat, antes que Borat saísse! Gritando no meio da Virgin Records ou em um restaurante: "O Prínce quer comer asas de frango". E nós falávamos uma língua aleatória, e ele ficava maluco, jogava as mãos para cimar e, por vezes, batia na mesa ... era divertido, como um alívio cômico e uma fuga.

Era muito difícil dar algo para Michael Jackson, mas uma coisa que poderia lhe dar era o amor incondicional, a sinceridade, lealdade e um lugar seguro onde se sentia confortável para ser ele mesmo. Toda a minha família fazia assim. Ele não se sentia como se ele estivesse sendo julgado, ele poderia andar pela casa de pijama, meias, mocassins e camisetas. Às vezes, ele usava duas meias de cores diferentes ... ele apenas sentia que poderia ser ele mesmo.

Ele se sentia seguro e sentia que realmente o amávamos por ele, não como a um superstar. Era um amor tão sincero que estávamos juntos como uma família que o fazia sentir-se seguro; o fazia sentir como se fôssemos a sua segunda família. Seja em casa ou na fazenda, ela deu-lhe a família, amor e sinceridade, não apenas as pessoas olhando para ele ou querendo alguma coisa dele, ou ... ele não foi julgado.

É por isso que o relacionamento durou 25 anos. Você vê um monte de pessoas, que entram e saem da sua vida, amigos, então eles desaparecem, e um outro amigo e família viria, e eles desapareceriam. Nós éramos os únicos que eram constantes.

Lauren: Você disse que não pensava em escrever seu livro, quando ele partiu. O que levou você a pensar que você poderia fazer isso?

Frank: Eu estava morando em Munique, Alemanha, e eu estava iniciando uma empresa chamada ABC Music Productions. Eu estava na Itália, quando ouvi a notícia. Voltei para a Alemanha e eu só comecei a escrever e falar. Eu estava com um amigo meu e minha maneira de lidar com as coisas, a minha maneira de lidar com as coisas ... Eu só comecei a falar e escrever, para não escrever um livro, era apenas uma terapia para mim.

Eu tinha tanto dentro de mim, todas essas histórias dentro de mim. Eu só precisava de alguma forma, anotá-las, tirá-las, porque era uma situação muito difícil ... Eu estava realmente confuso quando ele faleceu. Realmente deprimido. Eu precisava desabafar. Segurei tudo isso por tanto tempo e eu queria falar sobre isso, mas não com o pensamento de escrever um livro.

O tempo passou e foi cerca de um ano atrás que alguém se aproximou de mim e disse ... bem, no decorrer do ano uma porção de fãs se aproximou de mim e perguntava: "Frank, você pode me dizer como era Michael? Você estava lá "... ou " Qual era a sua cor favorita? "... "O que realmente aconteceu na situação Arvizo?" Então, eu tomei todas essas perguntas dos fãs, e eu comecei a pensar e responder. As pessoas diziam: "É uma história tão fascinante. Você tem muito para contar!"

E então você vê todas essas pessoas na TV, acho que foi realmente o gatilho. Você tem todas essas pessoas que escrevem livros, todas estas pessoas dizendo que eram o melhor amigo de Michael, tentando ditar e dizer as coisas quando elas não tinha ideia de quem era esse homem. E eu fiquei frustrado, porque eu estava pensando: "Isso não é verdade".

Eu queria realmente dizer ao mundo que este homem não era um pedófilo. Ele não tinha atração sexual por crianças. Ele sinceramente as amava por quem eles eram e sinceramente machucava seu coração quando via uma criança sofrendo na rua. Ele era tão sensível a elas! E ele dizia que as crianças eram a coisa mais próxima a Deus.

Ele teve muito de sua inspiração nas crianças, e eu queria deixar isso claro, porque as pessoas fazem tantas perguntas! Eu queria esclarecer as coisas para o mundo, porque este homem não era um pedófilo e nunca deverá ser lembrado como tal.

Se alguém pudesse definir este trajeto ao longo de 25 anos, desde a idade de quatro, eu estava lá, e o homem não era sexualmente atraídos por crianças. Uma coisa que eu estou muito feliz por fazê-lo e este ponto foi muito claro no livro e as pessoas que realmente estavam questionando agora o têm: "OK, você mudou o meu pensamento. Eu entendo isso agora."

E eu estou tão feliz por estar recebendo essa resposta das pessoas! As pessoas estão mudando suas mentes. Eles realmente o veem de uma maneira completamente diferente, e pode ver que manipularam e se aproveitaram deste homem.

Lauren: Foi extorsão.

Frank: Foi extorsão e publicidade ....

Lauren: Tom Mesereau explicou recentemente que Sneddon chamou você de co-conspirador.

Frank: Tom disse que por conta própria e me sinto vingado, de muitas formas, porque essa era uma pergunta tão grande na cabeça dos fãs. As pessoas dizem que eu não estava lá quando Michael mais precisava de mim. Bem, eu estava lá quando ele precisava de mim, mais do que a maioria de seus amigos. Meu advogado falava com Tom constantemente e ajudava-o com o caso, dando-lhe todas as informações que eles precisavam e estávamos 100% apoiando-o.

Me machuca que as pessoas digam que eu não estava lá para apoiar o meu amigo quando ele mais precisava de mim e que eu não testemunhei. Foi um alívio quando Tom confirmou este fato porque ele não tinha que fazê-lo e ele o fez. Foi tal o peso dos meus ombros. Cerca de duas semanas atrás, eu estendí a mão para ele, porque nós dois fizemos o documentário de David Gest e disse-lhe que fez um grande trabalho.

Lauren: E ele gostou de seu livro.

Frank: E ele gostou do meu livro, graças a Deus! Eu falo no meu livro sobre os altos e baixos, foi uma amizade, mas nem sempre foi perfeita. Eu cometi erros, Michael cometeu erros, não havia um monte de mal-entendidos. Mas você sabe o que, no final do dia nós trabalhávamos por fora. Michael e eu trabalhávamos por fora. E esse é o modo como a vida é com qualquer amizade. Altos e baixos, bons e maus momentos.

E, sim eu falo sobre as situações em que eu estava preocupado com as drogas, porque se eu ia escrever um livro, eu gostaria de ser honesto. Eu não queria adoçar as coisas. Eu queria que fosse um livro honesto, porque para mim as imperfeições de Michael são o que fazem dele bonito.

Muitas pessoas têm dor crônica, um monte de jogadores de futebol, e ninguém pode entender como esse homem tem vindo a trabalhar desde o cinco anos de idade, seus pés dançando em shows de duas horas por anos. Você sabe como afeta o seu corpo? Aconteceria com o corpo de qualquer pessoa. É apenas normal que alguém sinta dor às vezes, e tenham dores crônicas em função da sua agenda e sua fadiga. Seu corpo começa a ser abusado.

Houve momentos em que eu estava preocupado? Sim! Acaso eu era um médico para entender talvez e também eu estivesse exagerando, porque ele era meu amigo e eu queria ter certeza de que ele estivesse ok e questionando as coisas? Eu não queria falar especificamente sobre a situação dos remédios ou 'lavar a roupa suja'. Não foi o meu propósito no livro.

Valmai: Você já foi acusado de que, Frank?

Frank: Oh, sim. "Por que você falou sobre isso?" Se você ler (o livro), ele coloca as coisas no contexto, por que houve alguns problemas e por que ele tinha alguns problemas às vezes, mas ele conseguia superá-los. Uma coisa que me deixa chateado é que as pessoas dizem que ele era um junkie por anos. Ele não era um viciado, ele não era.

Houve momentos em que eu estava preocupado e foi pior do que outras vezes? Sim, havia, mas é a vida, essa é a natureza humana, e entendemos que este é um homem que tem trabalhado desde os 5 anos de idade; atacado e recebendo falsamente acusações de abuso sexual por duas vezes, pessoas tentando extorquir-lhe dinheiro, os membros da família tentando falar sobre ele. Jermaine escreveu um livro, fazendo Word to Bad e LaToya dizendo publicamente que ela estava preocupada com as crianças.

Não me interpretem mal, Michael perdoou tanto LaToya quanto a Jermaine. Eles trabalharam 'por fora', tudo bem, e no livro eu tento também colocar as coisas em contexto. Eu não estou falando mal de Jermaine ou LaToya.

LaToya também estava em uma situação onde ela estava com medo por sua vida, e sei que ela tem um monte de culpa e arrependimento. Eu sei que é uma das razões por que ela escreveu seu livro, e o mesmo com Jermaine. Eles estão tentando fazer a sua parte, então eu não estou falando sobre eles de uma forma negativa de forma alguma. Eu não concordo com algumas de suas ações, mas é a vida e seguir em frente.

Lauren: Para mim, a importância de incluir a história e as razões para o uso de drogas, no contexto, é que dá mais credibilidade à outra questão de você falar sobre as falsas acusações.

Frank: Eu quis escrever um livro honesto, bom ou mau e isso não é algo que os editores dissessem que precisávamos incluir. Quando eu estava seriamente explorando isso, eu disse que era isso o que eu queria. Eu queria que o livro fosse um retrato honesto de Michael Jackson, com seus bons e maus momentos ao longo dos 25 anos de nosso relacionamento. Este não é um livro 'libertino'.

Nós não vamos comercializá-lo ou posicioná-lo como um livro contando tudo, esta é uma história da minha amizade colocada em contexto, para o mundo a entender um homem que foi tão mal compreendido e mal interpretado por anos e anos. E se eles não estavam a bordo, tudo bem. Falei com apenas um editor. Tivemos uma reunião e eu tenho que dizer que eles foram tão favoráveis; eles foram incríveis, eles têm sido grandes. Eles não tentaram mudar a minha história e torná-la em algo algo que não era.

Lauren: Quem é o responsável pela entrevista inicial com foco em drogas?

Frank: Você sabe como é a mídia. Acho que foi um artigo AP que saiu. De alguma forma, eles têm uma cópia e quando isso aconteceu eu estava tão ferido e tão chateado. Eu realmente ... Eu estou dizendo: "Por que as pessoas sempre tem que fazer isso, tirar algo de bom e manipulá-lo e tentar torná-lo feio?"

Eu queria enfrentá-los, atacá-los, mas eu não podia. Eu não poderia atacá-los, porque então todos os meios de comunicação não apoiariam o livro quando ele saísse. Eu queria estrangulá-los. [Risos] ... Eu amo a mídia, eu adoro a mídia.

Lauren: Você sabe, antes que o livro de Jermaine saísse, foi uma circunstância muito similar. E então, quando as pessoas o leram, eles adoraram.

Frank: Eu acho que é importante para que todos possam ler o livro, os fãs de Michael e do mundo, porque se você quer saber sobre o homem ... nunca haverá outro Michael Jackson, nunca mais..

Valmai: Eu ia perguntar o que a mídia tem focado mais em seu livro.

Frank: Com o julgamento de Murray, o foco principal foi sobre drogas e é tão frustrante para mim, porque este livro não é sobre drogas. É parte dela? Sim! Mas há muito mais para a história colocado no contexto. A mídia ... isso é o que eles querem.

De todas as entrevistas que eu fiz a minha favorita foi com Wendy Williams. Não foi sobre drogas, foi sobre um ser humano ... o aspecto divertido da relação. Tratava-se de tudo o mais, acho que houve uma pergunta sobre elas. Eu quero fazer mais desses tipos de entrevistas onde as pessoas podem ver o outro lado. Além do ponto de vista da mídia, que só está falando sobre o julgamento de Murray e é isso que as pessoas querem ouvir.

Quando eu falo sobre isso eu fico louco. Eu estou mais do que disposto a lidar com isso e confrontá-lo, mas há tanta coisa mais para a minha história e este livro que o mundo precisa conhecer. Eu coloquei a questão das drogas no contexto em meu livro. Não é que eu estou expondo a sua roupa suja, que não é o que eu faço no meu livro e que não é a história que eu conto.

Lauren: E você tem que ler para saber disso.

Frank: E você tem que lê-lo para compreendê-lo e conhecê-lo. Minha história é completamente diferente da história de Jermaine. Eu não vejo isso como uma competição com Jermaine ou LaToya, é um livro diferente, uma história diferente a partir de uma perspectiva diferente. É a partir de uma perspectiva que Jermaine e LaToya não tinham. É uma perspectiva que ninguém tinha.

Não há uma pessoa neste mundo que poderia realmente escrever este livro. Eu fui abençoado por ter essas experiências e estar em posição de compartilhar minha história com o mundo. É engraçado, Michael sempre me disse ao longo dos anos: "Você não tem ideia do quão afortunado você é em viajar o mundo e ter todas estas experiências. E se você nunca escrever um livro enquanto eu estiver vivo, eu vou te matar '. Em tom de brincadeira, é assim que nós falávamos um com o outro.

Lauren: Você acha que ele estaria ok (com o livro) agora?

Frank: Eu acho que ele ficaria muito orgulhoso deste livro, porque mais tarde em sua vida, ele quis se explicar. E ele tentou, mas infelizmente ele não estava muito bom em fazer isso. Ele tentou fazer isso com Martin Bashir e saiu completamente pela culatra. Ele foi alguém que manipulou Michael, e aproveitou-se dele.

As intenções de Michael com Martin Bashir foi tentar fazer o que eu fiz no meu livro. A coisa é com este livro, é importante ser honesto e verdadeiro e, bom ou mau, é a verdade. Eu não estou inventando ou aumentando nada.

Lauren: Michael era tão amigável com David Gest também?

Frank: Eu tenho que dizer-lhe que ele é alguém que ... ele é uma peça de trabalho. Eu adoro David, mas eu estava realmente desapontado com o especial do 30 º aniversário, porque conceituar o show foi tecnicamente a minha ideia.

David estava lá e indo fora da pista, e tinha ideias para ter uma porção de estrelas para homenagear Michael. Eu disse: "Por que não vamos apenas fazer um show tributo para ele? Tem sido 30 anos, por que não temos estes artistas?"... e Davi diz: "Grande ideia."

Então começamos a planejar o show em um ônibus, de carro de San Francisco para Neverland. Eu estava trabalhando nele com David e Michael. Eu tive que assinar cada cheque com David, e eu nunca recebi um crédito oficial como co-produtor. Não foi o fim do mundo. No final do dia eu sabia, e Michael reconheceu o que eu fiz. David sabe que se não fosse por mim empurrando-o, esse show nunca teria acontecido, mas eu aprendi muito com David.

Tão louco como ele é, ele é tão inteligente e brilhante ... Eu aprendi muito. Ele é muito divertido para provocar e mexer. Eu não estou brincando. Estaríamos em seu apartamento em NY, e fez todo mundo colocar botas para andar na sua casa. Ele sempre estar no seu manto como Hugh Hefner. Ele era realmente supersticioso.

Nós o provocávamos sobre seu cabelo: "David, cabelo número 32 está desalinhado...¨David, o cabelo número 54 está no chão."

Nós estávamos em Londres e eu disse a ele:¨David, eu tenho um mau pressentimento sobre isso. Eu acho que você deveria atravessar a rua e tocar o sinal seis vezes com o dedo." Michael diria: "Sim, David, o show... algo está errado. Eu acho que você deve fazê-lo". David atravessava a rua e o fazia. Nós diziamos: "David, agradeceça oito vezes". Michael adorava brincar com ele.

Eles tinham um bom relacionamento. Eles eram amigos; negociavam souvenirs. Mas era como assistir a duas crianças trocando figurinhas ... "Eu troco (duas figuras de) Shirley Temple por um de seus cartazes de Charlie Chaplin." Era divertido, foi uma boa época.

Lauren: Houve outras pessoas nas quais Michael realmente confiava?

Frank: Ele confiava em Frank DiLeo.(...) A verdade é que ele sempre disse às pessoas que Frank tinha uma personalidade tão forte, que (Michael) lhe disse que ele deveria ir e fazer filmes e filmes e que ele tinha que ser independente. E Frank foi e fez Goodfellas e outras coisas, mas a verdade é que, infelizmente, Michael influenciou Frank, porque ele realmente queria fazer filmes e filmes, que era uma paixão para ele.

Se você chamasse um dos seus videos de 'videos', ele iria ficar muito bravo com você. Ele diria: "Curtas-metragens ... você diga a todos para chamá-lo de curtas-metragens. Nós não estamos fazendo vídeos". E ele foi o pioneiro de curtas-metragens. Na verdade, o que é triste porque um dos poucos filmes que ele fizeram juntos foi Moonwalker.

Era necessário que Michael se envolvesse com os grandes gestores e produtores de Hollywood, mas Frank sinceramente amou e lutou por Michael. Ninguém jamais poderia tocar Michael. Se Frank estivesse em torno dessa coisa toda, em 1993, nunca teria acontecido. Ele nunca teria deixado que isso acontecesse.

Posso dizer-lhe um par de coisas sobre 1993. Isso foi apenas extorsão. O pai de Jordy queria fazer um filme chamado Robin Hood, Men in Tights, que realmente foi feito. Antes que ele saísse, foi anunciado que Michael tinha feito um negócio de bilhões de dólares com a Sony, então esse cara, o pai de Jordy, disse a Michael que ele adoraria que ele investisse no cinema e iria consegui-lo.

Michael disse que sim, e então seus assessores abusaram em um nível onde esse cara ficou muito chateado e irritado. É uma das coisas que desencadeou todo o resto. Ele faria tudo em seu poder para destruir Michael, tudo.

Lauren: Porque você acha que Jordy não saiu para dizer que nunca aconteceu?

Frank: Eu não sei se ele pode, mas estamos pedindo publicamente a Jordy para sair e dizer a verdade. Eu adoraria sentar com Jordy e conversar com ele, pedir-lhe para dizer a verdade e entrevistá-lo, eu mesmo. O triste é, Michael perdoou Jordy. Michael não estava bravo com ele no final. Ele sabia que o garoto foi manipulado e que ele era realmente seu pai.

Depois disso, o garoto colocou uma ordem de restrição contra seu pai, quase viu seu pai se suicidar um ano ou dois atrás. Falar sobre ter um monte de culpa sobre o que ele fez. (...) Ele tentou arruinar a carreira de Michael, sua vida. Ele destruiu sua própria família, ele não tinha nenhuma relação com seu filho e um filho não coloca uma ordem de restrição contra seu pai se ele não fez nada contra ele. Ele arruinou a vida desse garoto. Foi triste.

Lauren: Se você pudesse voltar atrás e mudar alguma coisa na vida de Michael, se você pudesse fazer isso, teria algo que você mudaria?

Frank: Sim. Se eu pudesse mudar algo seria 100%. Então, sim, se eu pudesse remover algo da vida de Michael seria quando ele foi falsamente acusado e extorquido em 1993, porque seria uma situação muito diferente agora. Você tem que entender:

Em 1993, eu estava com ele na turnê Dangerous... as pessoas estavam escrevendo sobre ele em todo o mundo, ele estava sendo acusado falsamente. Pessoas de todos os ângulos estavam tentando tirar dinheiro, e cada dia ele tinha que sair e se apresentar como se tudo estivesse bem. Isso só vai lhe mostrar o quão forte este homem era. E não importa o quê, ele superava. Mas realmente, realmente, realmente o afetou.

Na turnê, que foi uma das razões por que estávamos lá e ficamos com ele. Meus pais entravam e saíam das cidades apenas para dar-lhe a família ao seu redor. Ele entrava em seu quarto e ele estava sozinho, e depois saía no dia seguinte para se apresentar, e depois voltava para seu quarto, sozinho. Nós demos-lhe um sentido de responsabilidade, o propósito da família,; onde ele poderia voltar e estar perto da família. Nós tínhamos a certeza de que ele estava se alimentando e nós o mantivemos rindo e sorrindo.

Ele adorava ensinar a ler, e ele adorava compartilhar o que ele tinha dentro de si e compartilhar essa experiência conosco. Ele atuava no palco e voltava e ler-nos um livro. Um dos primeiros livros que já leu para mim foi Jonathon Livingston Seagull de Richard Bach. Ele o tornou tão interessante.

Eu não era realmente ligado à leitura e ele dizia: "Se você não ler, então você vai virar um vagabundo e você nunca vai fazer nada com sua vida. Conhecimento é poder. Você quer ser ignorante para o resto de sua vida e não saber de nada? Dessa forma, você não vai conseguir nada na vida, mas cabe a você." Ele tornava a leitura eo conhecimento e as histórias muito divertidas. Ele nos lia um capítulo e, em seguida, ele discutia o assunto.

Todo o propósito de Jonathon Livingston Seagull foi há mais vida do que aquilo que parece existir. Jonathon foi a gaivota que queria voar mais alto do que qualquer outra gaivota, queria viajar e voar tão rápido quanto a velocidade da luz. Todo mundo dizia-lhe: "Você é uma gaivota, você não pode fazê-lo". É uma história sobre uma gaivota que poderia fazer qualquer coisa que ela quisesse, se ela colocasse seu pensamento e acreditasse nele.

Que foi o primeiro livro que ele leu para mim e então ele sugeriu outro livro depois disso. Ele adorava ler e discutir tudo. Foi ótimo, porque ele iria explicar as coisas depois que ele lia, e nós queríamos mais. Ele dizia: "Você sabe o que é tudo que você vai conseguir por hoje."

Lauren: Como ele sabia fazer isso? Ele não tinha isso quando criança, não foi?

Frank: Ele aprendeu sozinho. Ele queria saber mais como Jonathon, e ele começou a estudar. Uma coisa que ele sempre dizia é: "Você pode levar todo o meu dinheiro, mas nunca levará os meus livros. Sem o conhecimento de como fazer o dinheiro você nunca o terá." Ele dizia: "Eu posso dar-lhe um milhão de dólares ou eu posso te ensinar como fazer um milhão de dólares." Eu diria: "Bem, me diga como fazer um milhão de dólares". Resposta certa.

Valmai: Ele tinha vocês como uma família substituta e estava muito próximo, mas ele conseguiu o mesmo sentimento de apoio de sua própria família, de obter esta segurança?

Frank: Não, ele não conseguiu a partir de sua família. Ele amava muito a sua mãe. Ele amava sua família inteira. Não me interpretem mal, não é que a sua família não queria ser uma parte de sua vida ou não estar lá para ele. Eles queriam. Eles tentaram o seu melhor, mas, infelizmente, Michael os manteve à distância.

Michael iria afastá-los, às vezes ... alguém chamaria de que precisava de dinheiro ou Jermaine iria assinar outro acordo, ele assinava os papéis para a família, onde Michael estava indo para se apresentar em algum lugar e ele nunca tinha concordado com isso.

Seria uma coisa depois da outra e ele diria que era melhor se manter afastado. Mas a sua família queria estar lá para ele. Quando Michael estava passando o julgamento, toda a sua família estava no tribunal todos os dias. Você tem que dar-lhes uma grande quantidade de crédito. Se alguém na família precisa de algo eles são os primeiros a se aproximarem, mesmo que eles não falassem há anos.

Foi esse tipo de relacionamento e cada família é diferente. Você não tem que necessariamente falar uns aos outros todos os dias ou uma vez por mês para saber que no final do dia, eles vão estar lá para você.

Valmai: Eu sei que você ainda deve ser afetado, eu sei que você deve sentir a perda de Michael todos os dias. Eu nunca tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, mas eu o conheci através de sua música, como muitos de nós têm feito. O julgamento está acabado agora, temos Immortal, mas o que vamos fazer agora? O que Michael quer que a gente faça agora?

Frank: Uma coisa que era querida ao seu coração, que eu tentei fazer antes que este livro fosse lançado ... infelizmente, as coisas de caridade são tão complicadas e difíceis de coordenar. Eu não era capaz de fazer o que eu queria fazer. Não tinha a ver comigo; países do terceiro mundo e lidar com governos nem sempre é o que parece ser.

O que eu acho que é importante ... a caridade era realmente importante para Michael, mas eu não acredito em apenas doar para a uma instituição de caridade em prol da doação, porque é a coisa ética e certa a fazer. Eu não acredito nisto, pessoalmente.

Eu acredito em fazer algo de substância; construção de orfanatos para crianças ou um hospital em honra de Michael, em todo o mundo, mas um pouco diferente, onde não é apenas um hospital. Poderia ser divertido onde poderia haver uma sala de jogos; mágicos entrando e saindo.

Foi uma coisa que ele estava explorando e queria fazer com Neverland, ter um hospital infantil onde as crianças pudessem entrar e recuperar, ir nos passeios ... que era realmente caro ao coração de Michael. Levar as crianças das ruas e dar-lhes casas e se elas estivessem no hospital, tornassem isso divertido, dando-lhes esperança. Eu acho que é algo que eu gostaria de, eventualmente, participar e ser parte.

Lauren: Michael mencionou isto no áudio que foi mostrado na Corte.

Frank: Eu tenho falado sobre isso com a propriedade desde o primeiro dia, mas infelizmente não deu certo. Eu realmente queria descobrir uma maneira de fazer algo, mesmo com o livro, e ainda estamos no processo. Só porque eu não anunciei nada agora isso não significa que eu não vá fazer nada no futuro, porque é caro a meu coração e eu sei que é o que Michael queria. Nós só temos que garantir que o livro venda um lote de cópias para que possamos fazê-lo. [Risos]

Lauren: Há grupos de fãs com a ideia de fazer o hospital, mas é muito difícil sem o envolvimento do Estado.

Frank: Eu sei, e é uma das conversas que tivemos. Eu gosto de John Branca, digam o que disserem sobre ele, eu gosto dele.

Lauren: Michael gostava dele?

Frank: Michael sempre achou que John Branca era o melhor. Como qualquer relacionamento, eles tiveram seus altos e baixos, mas não importa o que, no final do dia, John Branca sempre estava lá, porque Michael sempre disse que John era o melhor. Não importa o que, Michael poderia amá-lo, odiá-lo, mas no final do dia John Branca era o melhor.

Ele amava John. John e Michael juntos, provavelmente, foi o maior negócio na história em comprar o catálogo dos Beatles. Michael empurrou John, quando todo mundo disse a Michael que era loucura: "Você não deve!!" ... "Por que você pagaria 47 milhões de dólares?" Ele dizia: "Compre o catálogo, eu não me importo. John, faça-o. Eu estou te dando 5%, faça-o." John o fez.

Com toda a justiça, há tanta coisa que aconteceu desde o dia em Michael partiu, e tentando fazer as coisas de forma organizada. Então, essa é definitivamente uma de suas prioridades em um ou dois anos.

Lauren: A caridade como um todo ou talvez um hospital?

Frank: A caridade como um todo, mas eles também exploram e estudam exatamente o que eles podem fazer.

Lauren: Então o que podemos fazer para homenagear Michael e que ele aprovaria?

Frank: Eu recebi ligações de pessoas que podem querer converter essa história em algum tipo de filme, uma maneira de honrar o legado de Michael, visualmente. Espero encontrar-me com John na próximas semanas para recuperar o atraso e para ver o que podemos fazer.

Nota da entrevistadora: Infelizmente, a gravação de nossa conversa com Frank, acidentalmente parou neste ponto. Ele passou a discutir a possibilidade de um filme sobre a vida de Michael baseado em seu livro, e nós concordamos que teria que ser um retrato honesto e verdadeiro de quem era Michael. Eu acho que se alguém pudesse fazer isso, seria Frank, e ele iria fazê-lo com gosto e coração, e todo o amor que ele ainda tem por seu amigo.

Valmai Owens faz um trabalho voluntário no site Michael Jackson Tribute Portrai' como Editora e Diretora de Publicações desde agosto de 2009. Valmai também é escritora e poetisa. 

Entrevista 03


P: Como você conheceu Michael?

R: Quando eu tinha quatro anos, meu pai era diretor geral do Helmsley Palace de Nova York e Michael tornou-se amigo dele. Depois que estabeleceram uma relação, Michael quis conhecer o resto da família, até que um dia meu pai me levou a seu encontro. Não tinha ideia de quem era.

P: Sua família ficou muito próxima ao Michael. Você e seu irmão saíram em turnê com ele e sua família celebrou festas com ele. Como foi sua relação pessoal, como foi crescer com ele?

R: Estabelecemos uma amizade verdadeira. Nos tornamos uma grande família, Michael era uma parte dela. Cada aniversário, Natal, Ação de Graças – que fez questão de celebrar conosco. Tornou-se uma tradição para todos nós.

P: Você foi trabalhar para ele quando tinha 18 anos e escreveu que testemunhou alguns de seus problemas com remédios.

R: Houve momentos. Quando comecei a trabalhar para ele, em Munique, ele caiu de certa altura durante um concerto. Que teve um tremendo impacto em suas costas. Quando estamos com dor, os médicos nos dão medicamentos. Teve momentos em que eu estava um pouco preocupado. Definitivamente fui testemunha de alguns deles, mas ele não era um patrão constante – Quero que fique claro. Foi com base no que estava acontecendo em sua vida, seus horários, mas sim, houve momentos em que me preocupava.

P: A família dele tentou intervir?

R: Sim, houve um momento em que sua família queria falar com ele. Michael não queria nenhuma conversação a respeito.

P: Como surgiram as primeiras acusações de inocente contra Michael, como lhe afetaram?

R: Realmente lhe doeu porque ele foi acusado falsamente de algo que não fez. Tudo se reduz na manipulação da família (Jordy Chandler) e dos ciúmes do pai. Foi muito triste. Todo mundo tem uma falsa impressão de Michael. Algo que era tão bonito – a inocência de Michael e seu afeto pelas crianças – deu a volta completamente. Ele estava tão entusiasmado por ajudar as crianças e lhe deram a volta e usaram isso contra ele.

P: Você e seu irmão dormiram em seu quarto centenas de vezes?

R: Não havia nada de sexual nisso.

P: Mas agora, como adulto, você percebe que não era um comportamento normal?

R: Do lado de fora olhando para dentro, entendo completamente como as pessoas poderiam pensar que é esquisito ou impróprio. Posso ver totalmente esse lado, mas era uma situação diferente. Michael era uma pessoa diferente.

Não se pode comparar Michael com ninguém deste mundo, porque sinceramente era uma criança em seu coração. Foi realmente uma pessoa especial. Posso dizer que nunca houve nada inapropriado. Ele não tinha nenhuma atração sexual pelas crianças. Elas eram sua inspiração.

P: Você escreveu que uma vez ele teve uma aventura com uma fã.

R: Ele flertava com as fãs. Recordo que uma vez o vi na parte de trás do carro beijando uma fã.

P: Apesar de vocês serem extraordinariamente próximos, também tiveram um distanciamento. O que aconteceu?

R: Foi por conta de uma falta de comunicação durante o segundo julgamento por abuso. Deram a Michael uma informação falsa de que eu não queria testemunhar a seu favor – o que lhe doeu, e não era verdade. Eu estava mais que disposto a testemunhar a favor do Michael. Eu era um co-conspirador não acusado, o que não me permitiram legalmente estar em constante comunicação.

Havia ciúmes por parte das pessoas que estavam trabalhando com ele nesse momento. Eles não me queriam por perto e tentaram de tudo para assegurar que eu não voltasse a trabalhar com Michael. Realmente dói porque eu faria qualquer coisa por ele.

P: Você disse que no final de sua vida, ele reconheceu que sua situação financeira era perigosa.

R: Ele reconheceu que as coisas tinham que mudar e nós estávamos no processo de por uma máquina incrível em seu lugar com grandes pessoas dispostas a transformar tudo a seu redor. A certa altura ele tinha maus conselheiros. Estou feliz que John Branca é um dos administradores do Espólio (da confiança de Jackson), porque, através de seus altos e baixos ele sempre fez a coisa certa por Michael.

P: Você fica triste ao ouvir as gravações de Michael que o médico Conrad Murray fez?

R: O fato deste homem tê-lo gravado naquele estado (medicado)... Simplesmente é errado. Não se faz isso. Não se deve tirar proveito de alguém quando se está nesse estado de espírito. É muito triste, porque se você escutar o que está dizendo, ele está verdadeiramente preocupado com as crianças. Está falando da construção de um hospital para elas. Era tão querido para seu coração.

P: Uma das coisas que a maioria chega a ver através do livro é do quanto ele amava ser pai.

R: Ele foi o melhor pai do mundo. Eu acho que nunca vi alguém se preparar para a paternidade como ele. Ele era como um pai substituto para mim, meus irmãos e irmãs. A quantidade de livros que leu sobre paternidade... Ele queria ser o melhor pai do mundo e conseguiu. Não se pode explicar o pai incrível que era. Ele amava seus filhos mais que a própria vida.

Fontes:

entrevista 01) Tradução de Bruno Couto Pórpora, Ricardo Hruschka e Joice Castilho - Fonte MJBeats/Edcyhis - créditos: Wendy

entrevista 02) http://mjtpmagazine.presspublisher.us/issue/a-very-special-weekend/article/a-very-special-conversation-with-frank-cascio

entrevista 03) by Bruno Fahning (The Essential) - Fonte: Huffington Post
Créditos: http://forevermichael.forumeiros.com/t1713-sobre-o-polemico-livro-de-frank-cascio